José Andrade



Hoje, 19 de junho, a Igreja celebra a Solenidade de “Corpus Christi”, conhecida popularmente como Festa do Corpo de Deus. Segue o poema de Adélia Prado; “Festa do Corpo de Deus”. Ao escrever este poema ela não está preocupada em escrever teologia. Adélia escreve poesia, literatura, mas que cruza com a teologia. No seu texto podemos encontrar teologia e abstrair um novo sentido teológico que questiona as teologias tradicionais, quando estas negam o corpo, a sexualidade condicionando a submissão e a negação da mulher.

FESTA DO CORPO DE DEUS

Como um tumor maduro
a poesia pulsa dolorosa,
anunciando a paixão:
“Ó crux ave, spes única
Ó passiones tempore”.
Jesus tem um par de nádegas!
Mais que Javé na montanha
esta revelação me prostra.
Ó mistério, mistério,
suspenso no madeiro
o corpo humano de Deus.
É próprio do sexo o ar
que nos faunos velhos surpreendo,
em crianças supostamente pervertidas
e a que chamam dissoluto.
Nisto consiste o crime,
em fotografar uma mulher gozando
e dizer: eis a face do pecado.
Por séculos e séculos
os demônios porfiaram
em nos cegar com este embuste.
E teu corpo na cruz, suspenso.
E teu corpo na cruz, sem panos:
olha para mim.
Eu te adoro, ó salvador meu
que apaixonadamente me revelas
a inocência da carne.
Expondo-te como um fruto
nesta arvore de execração
o que dizer é amor,
amor do corpo, amor.
Ó mistério, mistério,
suspenso no madeiro
o corpo humano de Deus.
É próprio do sexo o ar
que nos faunos velhos surpreendo,
em crianças supostamente pervertidas
e a que chamam dissoluto.
Nisto consiste o crime,
em fotografar uma mulher gozando
e dizer: eis a face do pecado.
Por séculos e séculos
os demônios porfiaram
em nos cegar com este embuste.
E teu corpo na cruz, suspenso.
E teu corpo na cruz, sem panos:
olha para mim.
Eu te adoro, ó salvador meu
que apaixonadamente me revelas
a inocência da carne.
Expondo-te como um fruto
nesta arvore de execração
o que dizer é amor,
amor do corpo, amor.

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