Participei do Curso de Gênero, Raça e Etnia para Jornalistas no Pará que terminou hoje com duas atividades pedagógicas. Na primeira, em grupo, os participantes analisaram reportagens a partir dos debates de temas tratados no curso.
Em um segundo momento nós entrevistamos, de forma coletiva, a ativista do movimento negro e de mulheres do Pará, Nilma Bentes. Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural da Amazônia e especialista em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas (Universidade Federal do Pará/Núcleo de Altos Estudos Amazôniacos), ela é uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cendepa) e autora de publicações como Cedenpa: Raça Negra a Luta pela Liberdade; Noções Sobre a Vida do Negro no Pará; Escola e Racismo: a Questão do Negro em Belém; Plantando Axé: Religiões Afro-brasileiras e Movimento Negro, dentre outras.
Durante a coletiva, Nilma abordou diversos assuntos, como racismo e sexismo no mercado de trabalho e a persistência do estereótipo na abordagem midiática. “Eu gostaria de ver o dia em que determinadas expressões que sempre associam o negro ao que é negativo irão desaparecer da produção da mídia. Observem como tudo que é bom sempre é associado à cor branca, como o pombo da paz. Já tudo que tem conotação ruim é associado à cor negra”, acrescentou.