José Andrade

Prefiro não cumprir o ritual convencional dos aniversários! Concordo com Rubem Alves, quando ele diz que “a celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, que não mais existe.” O gesto de soprar as velas em festa de aniversário é uma metáfora de mais um ano de vida que chegou ao fim. Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo de morte. No meu aniversário eu não ganho um ano de vida, ao contrário, eu perco  ano de vida. Minha fisiologia comprova que dos anos que Deus me concedeu viver, eu já perdi vários deles. Isto me entristece!Fósforo que foi riscado, nunca mais acenderá!
Convém esclarecer que minha preferência pela reclusão no dia do meu aniversário não é um desgostar da vida nem tão pouco um distanciamento das pessoas que dela fazem parte.  É para contemplar o mistério da vida na intimidade de um dia que lembra outro dia em que Deus me chamou a existência. São dias lindos os da minha existência!  Lembrei-me agora de uma frase de Carlos Drummond de Andrade, diz: Não basta sentir a chegada dos dias lindos. É necessário proclamar: Os dias ficaram lindos".
Sabem por que meus dias ficaram lindos?  Eu lhes respondo: l - Sempre acreditei que Deus é um Pai Amoroso, assim como era o meu pai biológico. ll - Nasci seguro numa família que me educou para que eu fosse corajoso e honesto no falar e no agir. lll - A vida é generosa e boa, dela recebi grandes amigos, sem os quais eu não teria chegado aonde cheguei.
 Os seus dias também irão ficar lindos! Olhe, não esqueça: Não basta sentir a chegada dos dias lindos. É necessário proclamar: Os dias ficaram lindos".

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