José Andrade

Era apenas uma porta, uma parede, varias paredes separando os vãos da casa, uma noite, varias noites, mas uma delas parecia feita de silencio e algodão.


Havia uma rua deserta, uma lua saltitante no céu exigente, demente da minha existência e cúmplice das aparências que não enganam.

Era apenas uma escuridão que invadia o coração ferido pela incerteza do momento que se arrastava por entre as horas escondidas no pensamento.

Havia uma porta aberta, à noite e a espera. Uma longa espera cravejada de equívocos que dançavam e cantavam insultando o sossego da sala.

Era apenas uma noite, como outra noite qualquer se a porta não tivesse sido aberta e o amor por ela se derramado e se assustado com o uivar dos cães.

Havia uma noite, uma rua, uma casa, festa na noite, gente na rua, alegria na casa. Mas tudo passou porque a porta se abriu e o amor por ela partiu.

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