A super lua em Brasília; um presente que eu acabo de receber do fotografo Renato Cavalcante. A lua vista em Cordeiro, Salvador, Brasília, me traz tanta saudade, uma saudade das noites de luar e suas historias fascinantes, noites de canções e hoje noites de saudade. Lembro de uma canção que minha mãe costumava cantar para mim, nestas noites enluaradas. Eu era muito pequeno, a lua infinitamente grande e a vida sem limites... Minha avó também cantava... “Lua bonita me faz aborrecimento ver São Jorge num jumento pisando teu quilarão. Pra que casas-te com homem tão sisudo, que come dorme e faz tudo, dentro do teu coração? Lua bonita, meu São Jorge é teu senhor. É por isso que ele vive pisando teu esplendor. Deixa São Jorge no seu jubaio a montado, e vem cá para o meu lado pra gente viver sem dor.”



Recebi da minha amiga Vera Bandeira de Melo, uma foto da super lua em Salvador-BA. Ela fez esta fotografia, na varanda de sua residência, no bairro Vila Laura, onde fica minha Ex-Paróquia Jesus de Nazaré. Nossa Senhora do Silêncio; era assim que Fernando Pessoa chamava a lua. Tantas lembranças, tantas saudades, esta lua trouxe! Silenciosas lembranças de noites de luar e noites sem luar do lugar onde foi feita esta fotografia. Convivi com os moradores da Vila Laura durante oito anos e vinte e seis dias. “ Ah nossa senhora do silêncio, ó lua de memórias perdidas, sobre a negra paisagem do vazio da minha imperfeição, Debruço-me sobre o teu rosto branco nas águas noturnas do meu desassossego, no meu saber que és lua.”


Acabei de receber do meu amigo Wesley Gonçalves, esta foto da super lua em Cordeiro-RJ. Segundo ele, hoje é a ultima noite em que a lua vai aparecer neste formato. Linda lua! Fernando Pessoa a chamava de Nossa Senhora do Silencio. A lua vista de Cordeiro é um espetáculo deslumbrante! Quando eu morava lá, adorava as noites de lua cheia, porque podia ficar olhando a lua branca, e ouvindo a canção de Chiquinha Gonzaga, interpretada pela minha conterrânea Maria Bethânia. “Oh, lua branca de fulgores e de encanto, vem tirar dos olhos meus o pranto. Essa amargura do meu peito, oh, vem, arranca. Dá-me o luar de tua compaixão. Oh, vem, por Deus, iluminar meu coração. Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim.”