José Andrade
Chorei sim! Chorei
e não nego! Chorei hoje enquanto eu assistia o filme SOMOS TÃO JOVENS que está
em cartaz no circuito nacional. É um filme bonito de se ver, emocionante, que
conta a historia de Renato Russo e de como nasceram os grandes sucessos da
Legião Urbana.
Conheci a obra do
poeta Renato Russo tardiamente quando cheguei a Taubaté no inicio de 1994. Ao lado de amigos queridos tantas vezes ouvi
Renato Russo cantar nossas desilusões, nossos amores, nossa vida e nossa morte.
Nunca ouve uma situação que eu tenha vivido que ele não tenha cantado. Quem nunca curtiu com uma turma de amigos
inseparáveis o som de Legião Urbana?
Durante os
primeiros minutos do filme eu fiquei logo comovido quando ouvi na voz do ator
Thiago Mendonça, a musica que dar nome ao filme. “Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas
tenho muito tempo. Então me abraça forte, e diz mais uma vez, que já estamos distantes
de tudo.” Contive as lagrimas para não perder a concentração e continuei
assistindo o filme.
Era o inicio da
tarde do dia 11 de outubro de 1996, eu tinha
acabado de chegar a Caraguatatuba no litoral paulista, quando fiquei sabendo
que o cantor e compositor Renato Manfredini Júnior
havia morrido. Ao cair da tarde eu e meu
amigo Helio fomos ao calçadão de Caraguá onde passamos a noite celebrando a
vida daquele que havia composto a trilha sonora para tantas vidas da sua geração.
Naquela ocasião em todos os bares e quiosques se ouvia certa musica dele como
se houve a ultima frese de alguém que se despede para sempre: “Quero colo! Vou fugir de casa! Posso dormir
aqui com vocês? Estou com medo, tive um pesadelo...”.
Quase 20 anos após
a morte do vocalista da banda, Legião Urbana, as canções que embalaram minha
vida na década de 90 continuam me comovendo. O ponto culminante da minha comoção
foi durante um dos momentos dramáticos do filme, durante a interpretação de uma
das musicas do poeta morto; “Mudaram as
estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu. Tá tudo assim tão
diferente! Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra
sempre? Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba.”.
Repito; chorei sim!
Chorei e não nego! No meu lugar qualquer um chorava. Mudaram as estações, tanta
coisa mudou! Eu também mudei... Tá tudo assim tão diferente! Mas ao assistir,
no final do filme, as cenas gravadas de Renato cantando eu acho que existe algo
que é pra sempre. Não tenho duvida; o pra sempre não acaba!